segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Filme: Gandhi


Sinopse:
África do Sul, início do século XX. Após ser expulso da 1ª classe de um trem, o jovem e idealista advogado indiano Mohandas Karamchand Gandhi (Ben Kingsley) inicia um processo de auto-avaliação da condição da Índia, que na época era uma colônia britânica, e seus súditos ao redor do planeta. Já na Índia, através de manifestações enérgicas, mas não-violentas, atraiu para si a atenção do mundo ao se colocar como líder espiritual de hindus e muçulmanos.

Trailer:

Crítica:
Não se trata de um road movie, muito menos de um filme alternativo, mas isso não quer dizer que eu não possa fazer uma leitura como tal. Afinal, Gandhi fez várias viagens, que foram fundamentais no processo de independência da Índia. Sem contar que muitas pessoas ainda não assistiram a esse grande clássico do cinema, vencedor de 8 Oscar, incluindo melhor filme.
São 188 minutos que ilustram as mais fascinantes passagens da vida de Gandhi. O diretor Richard Attenborough foi feliz ao tratar minuciosamente os detalhes que envolveram a criação dessa obra-prima, a começar pela excelente fotografia (Ronnie Taylor E Billy Williams), a maquiagem utilizada pelo protagonista Ben Kingsley, que possui um traço semelhante ao de Mohandas K. Gandhi. O elenco... Enfim, são vários detalhes que nos revelam uma árdua pesquisa da equipe de produção do filme.

Veredito:
Esse é um filme para refletir e ser visto várias vezes. Um filme que conseguiu traduzir em imagens e som as ideologias de Gandhi, que nos faz acreditar, que, mesmo que o derrubem, ou até mesmo toda a sua família, se você faz a diferença no mundo, seu legado continua. 
É não ter medo, pois: "...em toda a História a verdade e o amor sempre venceram. Mesmo que tiranos e assassinos possam parecer invencíveis, no final eles sempre caem. Pense nisso..."
Nota 10!

sábado, 18 de setembro de 2010

Filme: Interstate 60 (Viagem Sem Destino)


Sinopse:
Neal Oliver (James Marsden), prestes a fazer 22 anos, está em dúvida entre realizar seu sonho de se tornar um artista reconhecido ou ceder às pressões de seu pai, um importante advogado que quer fazer dele seu sucessor. Então, em sua festa de aniversário, Neal faz um pedido: descobrir qual o melhor caminho a seguir. Logo após abrir seus presentes ele sofre um acidente e vai parar no hospital. Depois que acorda, inicia uma misteriosa viagem por uma estrada que não está no mapa e se depara com as pessoas mais estranhas que ele já viu.

Trailer:


Crítica:
Outro filme super bem recomendado por minha amiga Helena!
Um road movie de comédia subestimadíssimo. Apesar do sucesso nos USA, o filme recebeu pouco destaque aqui no Brasil, sendo lançado apenas em VHS.
Interstate 60 é um filme bem descontraído, com sacadas geniais e elenco de primeira, o que prova que uma comédia também pode encantar as pessoas, ser inteligente e passar muitos valores legais ao mesmo tempo.
Também adorei o uso de atores já consagrados em papéis pequenos, como o Kurt Russel, o Christopher Lloyd  e o Michael J. Fox, por exemplo (O diretor e idealizador de Interstate 60 é Bob Gale, que roteirizou os filmes De Volta Para O Futuro e algumas histórias em quadrinhos (saga Terra de Ninguém, Batman, etc). O filme é todo cheio de referências, como a presença dos dois atores de De volta para o futuro e uma revistinha dos Uncanny X-Men na mesa de Neal, além de quadros do Homem-Aranha nas paredes). 

Veredito:
Algumas comédias foram feitas (ou pelo menos deveriam ser encaradas assim) para serem assistidas bem despretenciosamente mesmo. Já essa deve agradar à todos, aos que não estão com paciência de pensar e aos que irão curtir as mensagens que o filme passa. Enfim, recomendadíssimo!
Nota: 9


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Música: Lillian Fuchs - The Fuchs Legacy, Vol. 1. Bach: Six Suites for Cello Solo (complete) Played on the viola


Informações do CD (Obrigado à todos que me ajudaram a traduzir!):
Indiscutivelmente a "Primeira Dama da Viola" de todos os tempos. Lillian Fuchs nasceu em Nova York, em 1903, em uma grande família de músicos. Sua estréia foi no ano de 1926, em Nova York, como violinista, mas pouco tempo depois ela escolheu a viola como seu principal instrumento. 

Durante sua longa carreira ela percorreu extensivamente o mundo, muitas vezes se apresentando com seus irmãos, o violinista Joseph Fuchs e o violoncelista Harry Fuchs. Muitos compositores escreveram importantes obras de viola para ela que foram gravadas com maestria. Além de suas performances solo e de câmara, ela era ao mesmo tempo uma professora notável na Juilliard e na Manhattan School of Music e também compositora.


Um dos muitos marcos de sua carreira foi a decisão de organizar e executar as seis suites de Bach para violoncelo solo. A opinião geral era de que essas obras não eram apropriadas para a viola. De fato, o eminente violinista William Primrose manteve a ideia de que as suites não poderiam ser adaptadas com sucesso até Lillian Fuchs o convencer do contrário. E nada menos que a figura de Pablo Casals - o artista que resgatou as suites para o século XX - após ouvi-la tocar no Prades Festival, exclamou depois de um longo silêncio após sua performance: "Na viola soa melhor!"

Lillian Fuchs executou a Suite No. 2 pela primeira vez em público em Abril de 1947, um executivo da Decca ficou tão impressionado que se aproximou dela com o propósito de registrar todas as seis suites. Inicialmente surpresa, ela aceitou o desafio e passou os cinco anos seguintes, organizado, executando, e gravando o conjunto das seis suites no início de 1950. Os comentários sobre suas performances foram positivos e ela recebeu muitos elogios. O The New York Herald Tribune, analisando um recital de Março de 1949, onde ela executou a Suite em C menor, publicou: "Ninguém jamais, em minha experiência, tocou a viola de forma tão grandiosa como Miss Fuchs ... Poucos artistas conseguem transmitir uma satisfação auditiva e intelectual dessa maneira."

As respostas para as gravações de Bach foram igualmente excitantes. O critico do Guia Americano de Gravação, reiterou em Novembro de 1951 que era desnecessário "voltar para Casals por satisfação... Miss Fuchs é boa o suficiente..." e Edward Downes rapsodiou: "...a sonoridade robusta de Miss Fuchs obtida pelo instrumento soa maravilhosamente bem encaixada na música... Cheia de estilo, acolhedora e intensa por um lado, por outro, um temperamento vivido que a leva triunfantemente através da apresentação final.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Livro: Deuses Americanos



Sinopse:
Depois de passar três anos na prisão, tudo o que Shadow queria era voltar para os braços de sua mulher e ficar para o resto da vida longe de confusão. Mas, poucos dias antes da data marcada para sua soltura, descobre que sua mulher tinha morrido em um acidente. Seu mundo se torna um lugar mais frio...No avião em que volta para casa, Shadow conhece um senhor grisalho, chamado Wednesday, que lhe oferece um trabalho. E Shadow, um homem sem nada a perder aceita. Mas trabalhar para o enigmático Wednesday tem seu preço, e Shadow logo descobre que seu papel nas armações dele será muito mais perigoso do que poderia imaginar...Tão perturbador quanto divertido, 'Deuses Americanos' é uma viagem caleidoscópica e sombria que vai fundo nos mitos e cruza o mundo atual de maneira, ao mesmo tempo, misteriosamente familiar e completamente estranha.


Qual é o seu conceito para "Deus"?
Você acredita que todos os deuses que as pessoas imaginaram ainda estão com a gente hoje?
Vivemos em um mundo onde tudo são deuses.
"Gostamos de ser grandes. Agora, nesses tempos parcos, nós somos pequenos."
"Os novos deuses se erguem, entram em decadência e se erguem mais uma vez."
"Os antigos deuses são ignorados. Os novos são tão rapidamente elevados quanto descartados, colocados de lado, em nome da próxima moda."
"Sou a caixa dos idiotas. Sou a TV. Eu sou o tubo dos tolos. O pequeno altar na frente do qual a família se reúne para adorar."
"A maior parte dessa batalha vai ser travada em um lugar inatingível para você: Nos corações e na mente das pessoas."
Uma guerra que envolve paradigmas. 
Uma guerra que envolve sacrifícios.
O velho contra o novo.
Uma guerra entre Deuses Americanos.

Crítica:
Deuses americanos é um romance de Neil Gaiman, criador da cultuada série de HQs Sandman. Na minha opinião o livro daria um belo de um road movie, tendo como protagonista o personagem Shadow, que redescobre o mundo e a si mesmo em um cenário de guerra entre deuses. Genial, não?
Deixaram de temer e cultuar os deuses antigos e eles passaram a ser esquecidos, perderam força. As atenções se voltaram à mídia principalmente (qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência).
A trama se desenvolve de uma forma muito densa, rodeada de mitos e séculos de conhecimento religioso. O livro conta com vários personagens secundários e vários trechos referentes a cenas passadas no início, o que requer bastante atenção do leitor. O ideal é se entregar em uma imersão total na hora de ler.
Também recomendo "Os Filhos de Anansi", uma obra mais atual, rápida e engraçada de Gaiman. A ligação entre os dois livros é o personagem Anansi. Porém, não é regra que tenha que ler um para entender o outro.

Veredito:
Eu considero Deuses Americanos como uma das melhores criações de Gaiman (depois de Sandman, é claro!). Principalmente para quem curte mitologia.
Nota 9,5


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Filme: Paris, Texas


Sinopse:
Em um deserto ao sul dos Estados Unidos, um homem (Harry Dean Stanton) é encontrado exausto, sem conseguir se comunicar verbalmente e aparentemente, sem memória. Seu nome é Travis.
Travis tinha um número escrito em um papel no bolso de sua calça. O número, foi a ponte para que ele pudesse ser encontrado e acolhido por seu irmão.
Recomposto da exaustão, Travis continua sem conseguir se comunicar verbalmente. Com o passar do tempo, ele vai entrando em contato com o seu passado e aos poucos, recupera sua memória e identidade.
Junto aos seus familiares ele volta à realidade, porém é necessário ter paciência para compreender o porquê do seu silêncio.

Cena do filme ("No Safety Zone"):


Crítica:
Win Wenders em sua melhor fase. Não é à toa que recebeu vários prêmios internacionais, incluindo a Palma de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cannes de 1984.
Paris, Texas é bem denso, são mais de 2 horas repletas de mistério e melancolia. Excelentes trilha sonora (Ry Cooder) e fotografia (Robby Müller), que somadas aos diálogos e performances dos atores, tornam esse filme uma obra-prima.
A história prende do início ao fim. Mesmo sendo longo e linear é um dos filmes que melhor retrata a solidão e os desencontros da vida.
Paris, Texas é um road movie muito importante, nos mostra que nem sempre conseguimos o que imaginávamos em nossas viagens, mas que certamente elas podem nos transformar.

Veredito:
Paris, Texas é um belo filme!
Nota: 9,5

domingo, 12 de setembro de 2010

A Saga da Viola Clássica - Parte 2

Em uns posts atrás eu citei algumas diferenças entre a viola e o violino. Apesar dos dois instrumentos serem bem parecidos, existem outros detalhes interessantes pra quem quiser saber.


Além da questão da afinação, o tamanho da viola também difere em relação ao violino. Os instrumentos criados no século XVIII tinham dimensões de 38 cm. No final daquele século, começaram a ser construídas violas maiores, com tamanho de 45 a 47 cm, mas a qualidade era muito baixa. No século XIX a viola chegou aos 41 cm, atingindo um novo som e contraste na orquesta, o que inspirou compositores como Rubinstein, Max Reger, Béla Bartok e Benjamin Britten.
Hoje em dia também é possível encontrar violas de 40, 42 e 43 cm. As 4/4 são para adultos e as 4/3 para crianças, assim como os violinos.
O arco da viola é semelhante ao utilizado no violino, porém, é um pouco maior e mais pesado, já que é necessária uma pressão maior por conta da corda Do.
A clave utilizada pela viola é exclusiva dela. Não há outro instrumento que a utilize como principal. Essa clave é a clave de Do na terceira linha. Isso pelo fato da viola ser um instrumento médio (nem grave e nem agudo). Já o violino utiliza a clave de Sol.


Notas da primeira posição na viola:


Assim como o violino, a viola é um instrumento versátil e pode ser utilizada em várias situações, não só em uma orquestra, ou quarteto de cordas.




sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Documentário: Caroneiros



Sinopse:
Seis jovens percorrem 18 mil km em dois fuscas dando carona pela América do Sul. Dentro dos carros: argentinos, chilenos, paraguaios e uruguaios expões seus pontos de vista sobre o intercâmbio cultural que existe, ou não, entre os países, as rixas e os preconceitos, domínio norte-americano e nossa educação. Caroneiros é um projeto independente que acredita na importância da discussão desses temas para a preservação da identidade latino-americana.

Trailer:

Crítica:
Assisti esse documentário no Festival Internacional É Tudo Verdade de 2007 e esperei pacientemente até poder adquirir o DVD. Achei a ideia fantástica e me identifiquei no mesmo instante, não apenas com a sinopse em si, mas com toda a proposta e os perfis das pessoas que participaram, seja do lado dos que entrevistaram, como o dos que foram entrevistados.
Acredito que a questão da identidade latino-americana foi muito bem resolvida, os realizadores conseguiram se despir de qualquer tipo de preconceito e colheram depoimentos interessantíssimos, além de paisagens fantásticas.
Uma observação que fica é assistir esse documentário e perceber como sabemos mais dos americanos do que de nossos vizinhos latinos. Acredito que todos deveriam ter a oportunidade de fazer uma viagem desse tipo e poder vivenciar um pouco da cultura dos países de fronteira.
Só senti falta mesmo de mais informações sobre a viagem, algo como uns extras que caberiam muito bem no DVD. Mas isso não desmerece em nada a criação num modo geral, já que no site oficial (www.caroneiros.com.br) é possível encontrar algumas informações.

Veredito:
Altamente recomendável, principalmente para quem curte road movies, ou apenas a ideia de viajar mesmo. Produção de respeito, nota 10!

Método Suzuki


O que é?
O método Suzuki é voltado para o aprendizado de instrumentos musicais clássicos. Existem publicações para piano, viola, flauta, violoncelo, harpa, violino, contrabaixo e inclusive canto. O Suzuki é destinado a crianças, mas pode ser ótimo para adultos também. 

A parte teórica é muito básica e vale ressaltar que é fundamental fazer aulas com um professor. Grande parte das músicas que acompanham o estudo são folclóricas, de fácil assimilação e seguem uma progressão que ajuda o aluno perceber sua evolução e se empolgar com isso. O método também conta com o áudio dos instrumentos com o piano acompanhando as músicas.

O princípio do estudo é centrado na criação do mesmo ambiente para aprender música que a criança tem para aprender a sua língua materna. O objetivo é tentar envolver o estudante com a música da mesma forma que ele se envolve com a linguagem quando está aprendendo a falar. O ambiente ideal para isso inclui amor, bons exemplos, elogios, e um determinado tempo de estudo, de acordo com o desenvolvimento do aluno.

Quem foi:
Shinichi Suzuki foi um violinista, pedagogo, filósofo e humanista. Exerceu uma profunda influência sobre a educação em casa e em outros lugares. Ele baseou sua abordagem sobre o pressuposto de que a habilidade musical não é um talento inato, mas uma habilidade que pode ser desenvolvida. 

"Qualquer criança que esteja devidamente treinada pode desenvolver a habilidade musical assim como todas as crianças desenvolvem a habilidade de falar sua língua materna. O potencial da criança é a filosofia."

Suzuki viu seu trabalho interrompido por conta da Segunda Guerra Mundial. Com muita determinação,  resolveu trazer a beleza da música às vidas tristes das crianças de sua nação. Começou a ensinar em uma pequena escola em Matsumoto. Depois de alguns anos, os alunos de Suzuki impressionaram as pessoas que as ouviram tocar. 

A educação musical com o método Suzuki se extendeu a medida que outros professores estudaram com Suzuki e começaram a ensinar por todo o Japão. O interesse logo atingiu professores de outras nações, inclusive os EUA. 

Shinichi Suzuki morreu em Janeiro de 1998. Sua crença na capacidade de todos os seres humanos e na importância de consolidar essas capacidades com o amor influenciou consideravelmente o mundo.  




No 4shared é possível encontrar até o volume 8 do PDF para viola. Já o acompanhamento em MP3 é  bem mais difícil de achar. Se alguém precisar, tenho até o volume 5. O Suzuki é voltado para iniciantes, eu particulamente acho válido estudar com esse método e procurar outro para trabalhar técnica, sempre insistindo sobre a importância de se fazer aula com o acompanhamento de um professor. Só assim você evolui.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Filme: Easy Rider - Sem Destino


Sinopse:
Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Dennis Hopper) são dois jovens motoqueiros que não se adaptaram à sociedade e seguem um estilo de vida altamente libertário, onde passam a maior parte de seu tempo circulando pelas rodovias estadunidenses sem qualquer destino pré-definido. Quando recebem uma satisfatória quantia em dinheiro para transportar uma considerável carga de cocaína até o outro lado do país, ambos decidem passar antes por Nova Orleans e participarem de um festival que está acontecendo na cidade.
No meio do caminho, Wyatt (vulgo “Capitão América”) e Billy se relacionam com dezenas de pessoas bem diferentes das que estamos acostumados a conviver rotineiramente, dentre as quais destaca-se George Hanson (Jack Nicholson), um jovem advogado que dará um novo sentido à liberdade dos motoqueiros.

Intro (ao som de Steppenwolf - Born To Be Wild)



Crítica:
Easy Rider está no topo da lista dos road movies mais importantes da história. E por incrível que pareça essa obra-prima ainda é desconhecida por muita gente.
Trata-se de um clássico que está muito além do seu tempo e continua mais atual do que nunca. É símbolo da contra-cultura, que é um movimento de contestação de caráter social e cultural que surgiu entre os jovens americanos na década de 1960 (eu deveria criar um post só para tratar sobre esse tema).
A identificação com os protagonistas e os personagens que cruzam seus caminhos é automática, exceto pelas pessoas que representam a camada ignorante da sociedade. Na época, Peter Fonda declarou que seu personagem representava aqueles que sentem que a liberdade pode ser adquirida, que acreditam ser possível encontrar a liberdade em cima de uma moto ou fumando um cigarro de maconha. Sem Destino exibe os rebeldes, assim como toda a juventude alternativa, como vítimas da soberana sociedade americana.
As sequências no cemitério são geniais, totalmente pertubadoras e muito bem feitas. Os diálogos são ingeligentes e é explícita a crítica contra o sistema racista sulista norte-americano da época.
A trilha sonora é composta pelos principais expoentes do rock da época, entre eles: Jimmy Hendrix, Byrds e Steppenwolf, é claro. Ou seja, só colaborou para que o filme se tornasse sucesso mundial e fizesse com que grande parte da geração da década de 1960 se identificasse.

Curiosidades:
  • O filme foi rodado em sete semanas com um orçamento de 400 mil e teve um retorno de 17 milhões.
  • Durante as filmagens, os atores realmente fumaram maconha. Nicholson contou que na "cena da floresta" ele fumou cerca de cem baseados.
  • O filme teve sua exibição proibida em dois estados americanos.
  • Os fora da lei do velho oeste americano, Wiatt Earp e Billy The Kid, serviram de inspiração para o nome dos personagens principais. Como diria Peter Fonda brincando: "Seremos os novos cowboys do cinema".
  • Apesar do final ultra-deprimente, o filme foi ovacionado em Cannes, em 13 de maio de 1969. Não ganhou a Palma de Ouro, mas Hopper foi considerado o melhor diretor estreante.

Veredito:

Easy Rider se divide entre um filme altamente crítico e uma engenhosa cria hollywoodiana para captar grana em cima dos ideais hippies da época. Mas sua importância para o cinema e para a cultura mundial é inegável.
Nota: 9,5

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Saga da Viola Clássica - Parte 1

Violino x Viola

Alguém deve se identificar com isso. Algum desses fatos já aconteceu com muita gente (inclusive eu rs). Em comum, pessoas que curtem música clássica, querem aprender algum instrumento, mas não conheciam a viola (a caipira não! A classica! De arco, ou erudita, como preferirem mais):
  1. Você se incomoda com o som estridente do violino e depois descobre a viola.
  2. Você adora o som do violoncelo, mas não acha nada viável o seu transporte.
  3. Queria se inscrever em um curso e não tinha vaga pra violino mas tinha pra viola.
  4. Curte tanto um quanto o outro, mas foi absurdamente influenciado pela professora e pelos colegas a mudar para a viola. 
É fato que cada vez mais a viola clássica tem se popularizado entre o público que quer começar a tocar algo. Por isso é interessante saber um pouco mais sobre suas especificações e curiosidades:




A viola clássica é um instrumento musical de corda, similar ao violino em relação à sua construção, porém maior e mais grave que o mesmo. Sua sonoridade se situa entre os agudos do violíno e os graves do violoncelo e do contrabaixo. É considerada como o Contralto, o Tenor Dramático da familia dos instrumentos de corda. 

As cordas desse instrumento são afinadas em intervalos de quintas: Do, Sol, Ré, Lá (a Do é a mais grave). Já no violino, da mais grave pra mais aguda: Sol, Ré, Lá, Mi.

Viola em inglês é viola mesmo e quem a toca é violista e não violeiro. =)



Durante o renascimento, a familia da viola original se dividiu em dois: a viola da braccio e a viola da gamba. As violas da braccio eram associadas às tavernas, onde se tocavam músicas populares. Por outro lado, as violas da gamba eram exclusividades das cortes nobres. Indícios históricos apontam que a viola tenha surgido antes que o violino.

Grandes compositores, clássicos, românticos e modernistas, apreciando as qualidades emotivas deste instrumento, têm escrito obras muito importantes como concertos, sonatas, suítes, etc. Essas obras justificam por sí só a presença do violista nas salas de audições. A viola é um instrumento de extrema importância na orquesta, já que colabora para que o som entre os instrumentos graves e os agudos não se desequilibrem.

Alguns violistas influentes:
Alan Kovacs -
 Atar Arad - Cynthia Phelps - David Quiggle - Gérard Caussé - 
José Manuel Román - Joseph de Pasquale - Kim Kashkashian - Lionel Tertis - Luis Magín - Nobuko Imai - Paul Cortesse - Paul Doktor - Paul Hindemith - Paul Neubauer - Rivka Golani - Rebecca Young - Roberto Díaz - Tabea Zimmermann - Tania Davis - Toby Hoffman - Viacheslav Dinerchtein - Vladimir Mendelssohn - William Primrose - 
Yuri Bashmet - Maxim Rysanov

Filme: Paixão Suicida (Wristcutters: A Love Story)


Sinopse:
Tudo começa quando Zia, um jovem amável mas sem objetivos, comete suicídio e chega ao Além. Após conseguir um emprego na Pizzaria Kamikaze, ele percebe que após a morte as coisas não são tão diferentes de sua vida anterior, apenas um pouco piores. As perspectivas só melhoram quando o rapaz descobre que a garota de seus sonhos também cometeu suicídio. Em sua jornada para encontrá-la, ele faz dois amigos – um roqueiro russo e uma jovem sexy que está determinada a provar que foi parar no Além por um terrível engano. Juntos, em um velho carro cor de abóbora, esta família improvisada pega a estrada para encontrar Kneller, seu guia através deste mundo utópico.

Trailer:


Crítica:

Wristcutters é um roadmovie surreal, que retrata o suicídio de um modo bem interessante e descontraído.
Sou suspeito pra falar, mas além de adorar road movies, filmes alternativos e fora de catálogo me despertam a atenção. Com essa combinação não poderia ser diferente, esse longa me veio como uma grata surpresa.
É difícil não simpatizar com os personagens "loosers" nessa trama de outra dimensão. O filme conta com ótimas atuações do elenco, destaque para Shannyn Sossamon (Mikal) e a participação especial de Tom Waits. Sem contar a trilha sonora (Joy Division, Tom Waits, Gogol Bordello).
A direção é do croata (até então desconhecido por mim) Goran Dukic.
Wristcutters transmite várias mensagens, como a de que mesmo depois de morto a vida continua, talvez a mesma merda de antes, ou até mesmo pior. E também que as coisas só acontecem quando você não se importa tanto com elas.


Veredito:
Wristcutters é uma excelente pedida! Nota 9.

"Life is a trip, but the afterlife is one hell of a ride."