segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Filme: Gandhi


Sinopse:
África do Sul, início do século XX. Após ser expulso da 1ª classe de um trem, o jovem e idealista advogado indiano Mohandas Karamchand Gandhi (Ben Kingsley) inicia um processo de auto-avaliação da condição da Índia, que na época era uma colônia britânica, e seus súditos ao redor do planeta. Já na Índia, através de manifestações enérgicas, mas não-violentas, atraiu para si a atenção do mundo ao se colocar como líder espiritual de hindus e muçulmanos.

Trailer:

Crítica:
Não se trata de um road movie, muito menos de um filme alternativo, mas isso não quer dizer que eu não possa fazer uma leitura como tal. Afinal, Gandhi fez várias viagens, que foram fundamentais no processo de independência da Índia. Sem contar que muitas pessoas ainda não assistiram a esse grande clássico do cinema, vencedor de 8 Oscar, incluindo melhor filme.
São 188 minutos que ilustram as mais fascinantes passagens da vida de Gandhi. O diretor Richard Attenborough foi feliz ao tratar minuciosamente os detalhes que envolveram a criação dessa obra-prima, a começar pela excelente fotografia (Ronnie Taylor E Billy Williams), a maquiagem utilizada pelo protagonista Ben Kingsley, que possui um traço semelhante ao de Mohandas K. Gandhi. O elenco... Enfim, são vários detalhes que nos revelam uma árdua pesquisa da equipe de produção do filme.

Veredito:
Esse é um filme para refletir e ser visto várias vezes. Um filme que conseguiu traduzir em imagens e som as ideologias de Gandhi, que nos faz acreditar, que, mesmo que o derrubem, ou até mesmo toda a sua família, se você faz a diferença no mundo, seu legado continua. 
É não ter medo, pois: "...em toda a História a verdade e o amor sempre venceram. Mesmo que tiranos e assassinos possam parecer invencíveis, no final eles sempre caem. Pense nisso..."
Nota 10!

sábado, 18 de setembro de 2010

Filme: Interstate 60 (Viagem Sem Destino)


Sinopse:
Neal Oliver (James Marsden), prestes a fazer 22 anos, está em dúvida entre realizar seu sonho de se tornar um artista reconhecido ou ceder às pressões de seu pai, um importante advogado que quer fazer dele seu sucessor. Então, em sua festa de aniversário, Neal faz um pedido: descobrir qual o melhor caminho a seguir. Logo após abrir seus presentes ele sofre um acidente e vai parar no hospital. Depois que acorda, inicia uma misteriosa viagem por uma estrada que não está no mapa e se depara com as pessoas mais estranhas que ele já viu.

Trailer:


Crítica:
Outro filme super bem recomendado por minha amiga Helena!
Um road movie de comédia subestimadíssimo. Apesar do sucesso nos USA, o filme recebeu pouco destaque aqui no Brasil, sendo lançado apenas em VHS.
Interstate 60 é um filme bem descontraído, com sacadas geniais e elenco de primeira, o que prova que uma comédia também pode encantar as pessoas, ser inteligente e passar muitos valores legais ao mesmo tempo.
Também adorei o uso de atores já consagrados em papéis pequenos, como o Kurt Russel, o Christopher Lloyd  e o Michael J. Fox, por exemplo (O diretor e idealizador de Interstate 60 é Bob Gale, que roteirizou os filmes De Volta Para O Futuro e algumas histórias em quadrinhos (saga Terra de Ninguém, Batman, etc). O filme é todo cheio de referências, como a presença dos dois atores de De volta para o futuro e uma revistinha dos Uncanny X-Men na mesa de Neal, além de quadros do Homem-Aranha nas paredes). 

Veredito:
Algumas comédias foram feitas (ou pelo menos deveriam ser encaradas assim) para serem assistidas bem despretenciosamente mesmo. Já essa deve agradar à todos, aos que não estão com paciência de pensar e aos que irão curtir as mensagens que o filme passa. Enfim, recomendadíssimo!
Nota: 9


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Música: Lillian Fuchs - The Fuchs Legacy, Vol. 1. Bach: Six Suites for Cello Solo (complete) Played on the viola


Informações do CD (Obrigado à todos que me ajudaram a traduzir!):
Indiscutivelmente a "Primeira Dama da Viola" de todos os tempos. Lillian Fuchs nasceu em Nova York, em 1903, em uma grande família de músicos. Sua estréia foi no ano de 1926, em Nova York, como violinista, mas pouco tempo depois ela escolheu a viola como seu principal instrumento. 

Durante sua longa carreira ela percorreu extensivamente o mundo, muitas vezes se apresentando com seus irmãos, o violinista Joseph Fuchs e o violoncelista Harry Fuchs. Muitos compositores escreveram importantes obras de viola para ela que foram gravadas com maestria. Além de suas performances solo e de câmara, ela era ao mesmo tempo uma professora notável na Juilliard e na Manhattan School of Music e também compositora.


Um dos muitos marcos de sua carreira foi a decisão de organizar e executar as seis suites de Bach para violoncelo solo. A opinião geral era de que essas obras não eram apropriadas para a viola. De fato, o eminente violinista William Primrose manteve a ideia de que as suites não poderiam ser adaptadas com sucesso até Lillian Fuchs o convencer do contrário. E nada menos que a figura de Pablo Casals - o artista que resgatou as suites para o século XX - após ouvi-la tocar no Prades Festival, exclamou depois de um longo silêncio após sua performance: "Na viola soa melhor!"

Lillian Fuchs executou a Suite No. 2 pela primeira vez em público em Abril de 1947, um executivo da Decca ficou tão impressionado que se aproximou dela com o propósito de registrar todas as seis suites. Inicialmente surpresa, ela aceitou o desafio e passou os cinco anos seguintes, organizado, executando, e gravando o conjunto das seis suites no início de 1950. Os comentários sobre suas performances foram positivos e ela recebeu muitos elogios. O The New York Herald Tribune, analisando um recital de Março de 1949, onde ela executou a Suite em C menor, publicou: "Ninguém jamais, em minha experiência, tocou a viola de forma tão grandiosa como Miss Fuchs ... Poucos artistas conseguem transmitir uma satisfação auditiva e intelectual dessa maneira."

As respostas para as gravações de Bach foram igualmente excitantes. O critico do Guia Americano de Gravação, reiterou em Novembro de 1951 que era desnecessário "voltar para Casals por satisfação... Miss Fuchs é boa o suficiente..." e Edward Downes rapsodiou: "...a sonoridade robusta de Miss Fuchs obtida pelo instrumento soa maravilhosamente bem encaixada na música... Cheia de estilo, acolhedora e intensa por um lado, por outro, um temperamento vivido que a leva triunfantemente através da apresentação final.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Livro: Deuses Americanos



Sinopse:
Depois de passar três anos na prisão, tudo o que Shadow queria era voltar para os braços de sua mulher e ficar para o resto da vida longe de confusão. Mas, poucos dias antes da data marcada para sua soltura, descobre que sua mulher tinha morrido em um acidente. Seu mundo se torna um lugar mais frio...No avião em que volta para casa, Shadow conhece um senhor grisalho, chamado Wednesday, que lhe oferece um trabalho. E Shadow, um homem sem nada a perder aceita. Mas trabalhar para o enigmático Wednesday tem seu preço, e Shadow logo descobre que seu papel nas armações dele será muito mais perigoso do que poderia imaginar...Tão perturbador quanto divertido, 'Deuses Americanos' é uma viagem caleidoscópica e sombria que vai fundo nos mitos e cruza o mundo atual de maneira, ao mesmo tempo, misteriosamente familiar e completamente estranha.


Qual é o seu conceito para "Deus"?
Você acredita que todos os deuses que as pessoas imaginaram ainda estão com a gente hoje?
Vivemos em um mundo onde tudo são deuses.
"Gostamos de ser grandes. Agora, nesses tempos parcos, nós somos pequenos."
"Os novos deuses se erguem, entram em decadência e se erguem mais uma vez."
"Os antigos deuses são ignorados. Os novos são tão rapidamente elevados quanto descartados, colocados de lado, em nome da próxima moda."
"Sou a caixa dos idiotas. Sou a TV. Eu sou o tubo dos tolos. O pequeno altar na frente do qual a família se reúne para adorar."
"A maior parte dessa batalha vai ser travada em um lugar inatingível para você: Nos corações e na mente das pessoas."
Uma guerra que envolve paradigmas. 
Uma guerra que envolve sacrifícios.
O velho contra o novo.
Uma guerra entre Deuses Americanos.

Crítica:
Deuses americanos é um romance de Neil Gaiman, criador da cultuada série de HQs Sandman. Na minha opinião o livro daria um belo de um road movie, tendo como protagonista o personagem Shadow, que redescobre o mundo e a si mesmo em um cenário de guerra entre deuses. Genial, não?
Deixaram de temer e cultuar os deuses antigos e eles passaram a ser esquecidos, perderam força. As atenções se voltaram à mídia principalmente (qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência).
A trama se desenvolve de uma forma muito densa, rodeada de mitos e séculos de conhecimento religioso. O livro conta com vários personagens secundários e vários trechos referentes a cenas passadas no início, o que requer bastante atenção do leitor. O ideal é se entregar em uma imersão total na hora de ler.
Também recomendo "Os Filhos de Anansi", uma obra mais atual, rápida e engraçada de Gaiman. A ligação entre os dois livros é o personagem Anansi. Porém, não é regra que tenha que ler um para entender o outro.

Veredito:
Eu considero Deuses Americanos como uma das melhores criações de Gaiman (depois de Sandman, é claro!). Principalmente para quem curte mitologia.
Nota 9,5